quarta-feira, 3 de março de 2010


O João-de-barro (Furnarius rufus) empareda dentro do ninho a fêmea que o tenha traído e a deixa morrer?

Esta estória atribui ao João-de-barro dois defeitos. Primeiro a de que suas esposas são capazes de trair. Segundo, a de que os maridos são capazes de cometer assassinatos passionais.rsrs. Na verdade tudo não passa de um mito. E este mito pode ter surgido de dois fatos. O primeiro é de que alguns ninhos abandonados do João-de-barro são aproveitados por abelhas indígenas como a uruçú-mirim, para fazerem sua colméia. As abelhas fecham a entrada do ninho com uma cera, dando a impressão de ter sido fechado pela ave.
Outra possível explicação, a mais verdadeira, é a seguinte. Hudson, em uma obra de 1920, cita um episódio ocorrido em Buenos Aires. Uma das aves (não foi possível saber se o macho ou a fêmea, pelo fato de serem muito parecidos) foi acidentalmente pega em uma ratoeira que lhe quebrou ambos os pés. Após liberada por alguém da ratoeira, voou para o ninho onde entrou e não foi mais vista, ali morrendo certamente. O outro membro do casal permaneceu por ali mais dois dias, chamando insistentemente pelo parceiro. Em seguida desapareceu retornando três dias após com um novo parceiro e imediatamente começaram a carregar barro para o ninho, fechando a sua entrada. Depois construíram outro ninho sobre o primeiro e ali procriaram. Hudson viu este fato como mais uma “QUALIDADE" do João-de-barro, a de ter tido o cuidado de sepultar sua parceira. Lindo isso !!! rsrsr